Atendimento Educacional
Especializado do Aluno com Surdez
Em meio a muitas discussões
que envolvem a educação das pessoas com surdez, percebemos que muitas vezes
elas não recebem um olhar específico, capaz de atender seu potencial
individual, o que as tornam excluídas de muitas práticas educacionais e
sociais.
A política de educação no
Brasil vem tentando trabalhar de forma com que haja inclusão de todos, com
especial destaque às pessoas com deficiência auditiva.
Há no entanto, muito a ser
feito para que essa nova política de Educação Especial inclusiva produza na
prática resultados produtivos e satisfatórios.
As pessoas com surdez não
podem ser simplesmente tratadas como deficientes, pois essa perda sensorial não
significa que elas não sejam seres pensantes, conscientes, críticos e
criadores, uma vez que há toda uma potencialidade do corpo biológico que as
tornam capaz de interagir com as pessoas ouvintes.
Um dos maiores problemas
enfrentados pela educação, no que diz respeito
às pessoas com surdez, refere-se à qualidade e a eficiência das práticas
pedagógicas, já que os processos perceptivos, linguísticos e cognitivos dessas
pessoas podem e devem ser estimulados e desenvolvidos pela escola, a qual as
tornará capazes de adquirir e desenvolver várias linguagens além da
visual-gestual.
Para que as práticas
pedagógicas sejam direcionadas ao desenvolvimento das potencialidades das
pessoas com surdez, a instituição escolar deve trabalhar de forma com que as
pessoas sejam vistas em suas particularidades e diferenças, sendo que seu mundo
real precisa ser respeitado.
No entanto, no processo de
ressignificação da educação de pessoas com surdez, sob a ótica bilíngue,
percebemos que ainda há a ideia de que uma língua é subordinada a outra, quando
na verdade o que as pessoas com surdez precisam mesmo é de ambientes
educacionais que as estimulem a desenvolver sua capacidade
perceptivo-cognitiva.
A Língua Brasileira de
sinais e a Língua Portuguesa constituem línguas de instrução e portanto o
acesso as duas deve ocorrer de forma simultânea no ambiente escolar, uma vez
que o fracasso do processo educativo das pessoas com surdez está basicamente na
qualidade das práticas pedagógicas e não nessa ou naquela língua.
O atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez
– AEE PS, respeita princípios pedagógicos que garantem o acesso às duas línguas
obrigatórias para o atendimento desse aluno, mediante uma organização didática
e metodológica sob a autoridade do professor, por isso é muito importante que
haja conexão entre o pensar e o fazer pedagógico. Nesse contexto, o aluno com
surdez se sentirá situado e compreenderá com mais facilidade os conteúdos em
estudo.
Referência
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial
na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC, 2008
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar
de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção.
Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.
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