sábado, 8 de março de 2014



 

Atendimento Educacional Especializado do Aluno com Surdez

 

 

Em meio a muitas discussões que envolvem a educação das pessoas com surdez, percebemos que muitas vezes elas não recebem um olhar específico, capaz de atender seu potencial individual, o que as tornam excluídas de muitas práticas educacionais e sociais.

A política de educação no Brasil vem tentando trabalhar de forma com que haja inclusão de todos, com especial destaque às pessoas com deficiência auditiva.

Há no entanto, muito a ser feito para que essa nova política de Educação Especial inclusiva produza na prática resultados produtivos e satisfatórios.

As pessoas com surdez não podem ser simplesmente tratadas como deficientes, pois essa perda sensorial não significa que elas não sejam seres pensantes, conscientes, críticos e criadores, uma vez que há toda uma potencialidade do corpo biológico que as tornam capaz de interagir com as pessoas ouvintes.

Um dos maiores problemas enfrentados pela educação, no que diz respeito  às pessoas com surdez, refere-se à qualidade e a eficiência das práticas pedagógicas, já que os processos perceptivos, linguísticos e cognitivos dessas pessoas podem e devem ser estimulados e desenvolvidos pela escola, a qual as tornará capazes de adquirir e desenvolver várias linguagens além da visual-gestual.

Para que as práticas pedagógicas sejam direcionadas ao desenvolvimento das potencialidades das pessoas com surdez, a instituição escolar deve trabalhar de forma com que as pessoas sejam vistas em suas particularidades e diferenças, sendo que seu mundo real precisa ser respeitado.

No entanto, no processo de ressignificação da educação de pessoas com surdez, sob a ótica bilíngue, percebemos que ainda há a ideia de que uma língua é subordinada a outra, quando na verdade o que as pessoas com surdez precisam mesmo é de ambientes educacionais que as estimulem a desenvolver sua capacidade perceptivo-cognitiva.

A Língua Brasileira de sinais e a Língua Portuguesa constituem línguas de instrução e portanto o acesso as duas deve ocorrer de forma simultânea no ambiente escolar, uma vez que o fracasso do processo educativo das pessoas com surdez está basicamente na qualidade das práticas pedagógicas e não nessa ou naquela língua.

     O atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez – AEE PS, respeita princípios pedagógicos que garantem o acesso às duas línguas obrigatórias para o atendimento desse aluno, mediante uma organização didática e metodológica sob a autoridade do professor, por isso é muito importante que haja conexão entre o pensar e o fazer pedagógico. Nesse contexto, o aluno com surdez se sentirá situado e compreenderá com mais facilidade os conteúdos em estudo.

 

Referência

 

 

BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC, 2008

 

 

DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.